quarta-feira, 28 de abril de 2010

Escapadinha

Izmir
Finalmente a nossa primeira viagem para lá de Istambul neste país onde somos tão formiguinhas. Cada um com a sua mala de mão, encaminhámo-nos para a Barbaros onde apanhámos um Service que nos levou até a Otogar e aí mudámos para um Sr.Bus com TV pessoal e snacks e bebidas grátis durante a viagem que demorou aproximadamente 10h. Deu tempo para dormir, ver filmes dobrados para turco e estacionarmos no que nos parecia uma espécie de parque de estacionamento muito arrumadinho e a conversa era a seguinte:
Mariana (a pensar para ela própria) “tou a abanar? Epah, vai mas’é dormir”
Fred “é impressão minha ou estamos a abanar um bocadinho?”
Marta “yah! Parece que estamos num barco”
Fred “ah! Eu li alguma coisa sobre uma viagem de barco sim”
Marta “ Vou lá fora ver”
WE WERE IN A BOAT, indeed. E a noite estava mesmo bonita, já se conseguia sentir os ares quentes do Sul.
Chegados a Izmir tínhamos que procurar o service que nos iria levar ao centro. Não encontrado, fomos quase empurrados para dentro de uma espécie de táxi onde, claro, o motorista não falava inglês. Com isto, deixou-nos em Konak e nós queríamos ir para Basmane, mas com a ajuda de um mapinha fornecido por amigo Paulo conseguimos pôr-nos no caminho certo para o hotel onde já tínhamos feito reservas. Como era muito cedo mesmo decidimos parar para comer Kahvaltı. Aí a Mariana apercebeu-se que tinha deixado o seu e o meu telemóveis no autocarro. Toca de ligar e esperar que algum deles falasse inglês “You have my telefone, where is my telefone?”. Enquanto ela voltou à Otogar, eu e o Fred fomos à procura do hotel que só sabíamos que se chamava Güzel. Depois de muita ajuda por parte dos habitantes de Izmir lá encontrámos. A entrada estava em obras e os quartos tinham MTV (e passaram 30 bocadinhos do novo videoclip da Kate Nash)! Entretanto a Mariana conseguiu os telemóveis de volta e conseguiu encontrar o hotel muito rápido.
Estava muito calor então fomos tomar chá à beira do mar numa esplanada. Aí soubemos que uns amigos, juntamente com outros Erasmus, estavam na cidade, então decidimos encontramo-nos com eles no parque Kültür onde estava a decorrer uma feira do livro e uma feira popular. Andámos em quase todas as atracções incluindo roda gigante onde podemos ver a verdadeira overpopulation de Izmir!
A noite foi passada com os mesmos, Fatih e Aida (suecos), Theis (dinamarquês), Pawel (polaco) e Tamas (húngaro) a jogar duas versões de Watterfall e o “I’ve Never…” com muita vodka, 7up e fruta (sim mãe, bebi álcool, não paniques) e ainda conseguimos ir duas horinhas para uma discoteca. As ruas pareciam o Algarve: cheias de estrangeiros e tudo de calças e t-shirt, mesmo uma noite calorosa.

Na manhã seguinte acordámos tarde por isso tivemos q ir tomar o Kahvaltı fora mas já preparados para ir para a praia. Ainda assim tivemos que esperar bué por todos e o sol continuava a queimar (até nos deitamos durante 10min lá no parque). Depois de 2 camionetas e 1h30min de um lado para o outro a seguir o leader (Fatih) que fala fluentemente turco chegámos a uma “praia”. Ora a praia deles é o mar né e com terra e relva à frente! Ainda deu para dar uns mergulhos e descansar. Nessa noite fomos jantar a um restaurante muito nice à beira mar onde podíamos comer peixinho (a mariana comeu salmão) mas os outros pratos eram tão deliciosos que experimentamos outros pratos de frango.

Pamukkale
Acordamos cedo para conseguirmos apanhar o pequeno-almoço do hotel e as 9h55 estávamos à espera do autocarro de 3horinhas que nos levou até Pamukkale, que passou na boa. Quando saímos para a rua, aí sim, estava um bafo! Pff. Nem procurámos service, fomos de Dolmuş e pedimos para parar no Melrose Hotel. Receberam-nos muito bem, com muita simpatia. Como estava muito calor fui dar uns mergulhos na piscina! Eles depois ainda se foram vestir mas começou a ficar enublado e a vontade foi embora. Tínhamos três horas até começarem a servir o jantar (note-se que eram 15h!) então decidimos ir passear só pelas redondezas.Como o Fred diz, aquilo é uma terrinha, por isso quando nós, três turistas perfeitamente normais passávamos tudo parava! Vimos assim ao de longe os famosos montes brancos que são cálcio, não se enganem pela camada branca que parece descer, não é neve! E como o tempo lá é louco, de repente começa a trovejar e a chover torrencialmente! Abrigados num cafezinho onde encheram um barco com ar ao pé de nós, eles beberam um chá e eu li um bocadinho de um livro. Quando a chuva acalmou voltámos para o hotel, mas sem antes conhecermos a personagem de Pamukkale:
Um senhor de mota, queimado do sol e de olhos claros, pára ao nosso lado e pergunta-nos para onde vamos tão cedo, de onde somos, quando chegamos e quando vamos embora. Respondemos a tudo muito educa mente mas ele queria mais, sempre mais. Queria nos levar (pretty girls e handsome boy) a uma cena secreta onde podíamos beber vinho, fumar narguille, banhar-nos com lama e ainda receber uma massagem… Isto tudo seria deveras interessante se o homem não tivesse incluído no pacote! Tivemos que recusar deixando-o um bocadinho triste.
O jantar incluía entradas à base de legumes e tomate, muito bom e era tudo feito no forno o que deixava tudo ainda mais apetitoso. A seguir o serão foi passado a jogar às cartas a três numa cama para dois :P

Na manhã seguinte era o grande Kahvaltı do hotel e era mesmo grande e delicioso! A sério. Cheios de força, seguimos Pamukkale acima! Já nos tinham avisado que era solo molhado então fomos preparados com chinelos. O que não nos avisaram é que nem com chinelos são permito subir: every shoes off! Lá deixamos os nossos pés sentirem pedras e algo mole branco mas que às vezes era duro e até escorregava. Como havia pouca gente por ali, aproveitamos para por pelo menos os pés em todos os laguinhos que encontrámos. Quase uma hora depois chegámos ao topo e aí sim, há uma fonte por onde corre água a escaldar! Não ficámos muito tempo com medo que os nossos pés cosessem, mas soube muito bem. Como estava um sol mesmo bom, fomos descobrir mais daquele topo de montanha que parece mesmo neve e à qual muito carinhosa lhe chamam “castelo de algodão”, no meio de árvores e planícies secas e nos sentámos em muitos bancos só a observar a fauna e flora. Encontrámos as famosas ruínas romanas, a cena de Hércules, o Teatro e as Piscinas (mas muitas mais existiam para se ir ver). A piscina antiga foi agora totalmente remodelada e é de fazer inveja ao pessoal que pode dar 25liras para lá entrar. E nisto começa a vir um vento de lado que não nos deixa apreciar mais a paisagem. Contraditoriamente, com as nuvens vieram mais turistas e coincidentemente abriram as comportas da água quente para toda a descida. Portanto, a descer com passos de bebé para não cairmos nem aleijarmos mais do que os pés que estavam a levar ali com umas massagens…em meia hora pusemos nos cá em baixo. E quem é que encontramos? O senhor personagem da mota! Ainda muito triste por não termos ido sair com ele mas levou um abracinho da Mariana e uma fotografia comigo -_-
Jantar, check out e o senhor do hotel até nos deu boleia até à paragem de autocarro! Olha-me lá a simpatia. E quelaro, tínhamos que encontrar um ultima vez o senhor da mota! Disse que esperava voltar nos a ver e dissemos adeus. Finalmente no autocarro que nos traria de volta a casa e que parou demasiadas vezes, dissemos então “Gulle Gulle Pamukkale”, gosto em vê-lo.

Marta,

tenho dito.

PS: mais tarde postarei fotos da analógica e pop9 :D

1 comentário:

  1. Olha que bom. Tóristas.
    Também quero essas coisas todas.
    Depois quero ver a foto do tal senhor da mota.
    Beijinho.

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