segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Aqui vai um testamento!!

Sem muito jeito para escrever, peço desculpa pelo meu atraso. Custou, mas foi! Cá vai:


Como disse a Marta, na quinta fui ter com a Mariana e mais o grupo dela de erasmus. Foi mesmo giro, porque como ninguém reconheceu a minha cara, muitos vieram ter comigo e fizeram conversa. Claro que ao fim da noite já não tinha assim tanta piada porque já não conseguia decorar mais nomes e já estava farta de dizer quem eu era, de onde vinha e de ouvir coisas como: “You’re from Portugal!? I love America Latina!!”.

Depois de subirmos 4 andares (sim, porque em Istambul, sempre que queremos ir a algum lado temos sempre de subir grandes rampas ou pelo menos 3 andares de escadas muito velhas e escuras), seguimos para um concerto dos Big Biyir (grande bigode), onde tocam 3 italianos e 1 turco, todos muito talentosos, muito cómicos e com muito bigode.


A meio da noite dei por mim cara-a-cara com uma miúda que nos estavamos a reconhecer, mas não sabiamos de onde. Passado uns longos segundos de silêncio ela diz: “You’re my portuguese flatmate!”. Era então a alemã Johanna que vive por baixo de nós, mas havia tantas caras naquela noite e somos tantos a viver nesta casa que já não consigo associar nada.

Com tantos saltos, empurrões, conversas e novos amigos fui dormir a casa da mariana onde ainda conheci a banda do concerto. (para as katsbanähs: os turcos são iguais aos Gogol Bordello a falar inglês!! Muita piada!) No fim disto tudo, tive



Sexta!! Acordo lá com as orações deles aos meus ouvidos, pego nas minhas coisas e sigo para ir ter com o fred e a marta para arranjarmos o cartão que torna os transportes mais baratos. No meio da rua, como sempre, muita muita gente! E estão sempre agarrados uns aos outros, homem-mulher, mulher-mulher, homem-homem, homem-mulher-homem, .... há mil e uma combinações, são todos muito amigos!

Lá chegámos até ao sítio onde se compra o passe, cheio de gente (tal como todo o lado aqui em Istambul). Tirámos senha, e tínhamos umas 60 pessoas à nossa. Mas foi rápido porque, quando o homem chamava, se ninguém se aproximasse rápido ele passava os números todos à frente. Por comunicação mímica e monetária lá conseguimos o passe. Mas acontece que o passe não vem com viagens e não era ali que se arranjam as viagens. Por isso, ficámos com um cartão inútil até descobrir onde se compravam as viagens.

Seguimos para o Bazaar das Especiarias onde andamos pelo meio de ruas muito estreitas, cheias de gente, cheiros fortes e cores por todo o lado. Homens andavam atrás de nós com perfumes a tentar vender em todas as línguas possíveis e imagináveis. Em cada loja que se passa ouve-se alguém a tentar chamar-nos: “Merhaba! Hello! Bonjour! Hola! Ciao!”. A Marta combinou connosco que se alguém fala-se connosco em português que ela comprava seja o que fosse que ele estivesse a vender, mas isso não aconteceu. Como é óbvio ninguém fala português aqui no meio.


Mas, eu consegui descobrir a ponta da minha veia de regateadora (tal como a minha mãe) e, comprei uns suportes para velas mesmo giros por 12 liras em vez de 15. Não regateei muito, mas ganhei-lhe o gosto rapidamente e em breve torno-me profissional.

Para voltar para casa, apanhámos o nosso primeiro barco pelo Cabo do Bósforo. Chegámos a casa e o Fred e Marta cozinharam para todos uma massa com bifinhos e cogumelos, que estava óptima, além de ter leite em vez de nata. Acontece que é difícil distinguir as embalagens no supermercado quando não se fala turco então, a Marta trouxe iogurte em vez de natas.


Nesta noite, ficámos em casa a beber cerveja com a Oli e às 2 da manhã decidimos ir dar uma volta para a rua que nós imaginávamos estar animada, todas as lojas abertas, cheia de luzes, cheia de gente, kebabs em todo o lado!! Mas, mal pomos o pé fora de casa, vem um frio desgraçado, as únicas almas nas ruas eram os cães e gatos que nos seguiam, as lojas todas fechadas e tudo escuro. Quase que só se ouviam os grilos e viam-se fardos de palha a passar. Cheios de fome, lá encontrámos um supermercado onde comprámos as piores sandwiches das nossas vidas por TRÊS(!) euros. Aquele pão, nem os cães mereciam de tão seco que era.

Sábado!! O meu dia começa bem! Arranjei uma nova engenhoca para engomar a roupa, muito prática lol. Na verdade, foi a prateleira de cima do meu “armário” que caiu e o resto foi atrás tipo dominó. Então, agora tenho a roupa toda espalmada, ou por outras palavras, engomada.


Esta foi o dia em que nos aventurámos e experimentámos novas comidas estranhas cujos nomes não sei pronunciar. Mas era qualquer coisa como uma espécie de sushi feito com pistacchio e noz (Horrível), outro feito de arroz enrolado em folhas de videira (bom), outro era um pudim de leite bem pegajoso e doce (óptimo) e o último, o sahlep, uma espécie de leite creme mas mais líquido com canela por cima (o melhor!).

Nessa noite, estivemos a fumar xixa (não é droga nem tabaco pai!!) e a beber chá com uns amigos num café onde conheci os empregados mais arrogantes de sempre. Eles tiram-nos a xixa da boca e ficam fumá-la e a falar connosco como se nada se passasse. Foi aqui que tirámos a nossa primeira fotografia dos três em Istambul!!


Depois, um turco levou-nos para um concerto. Claro que subímos uns 3 andares para entrar num bar cheio de gente, super escuro de tecto baixo com os da banda todos com ar de mau vestidos de preto. Nós, muito assustados, sentamo-nos, tentando passar por despercebidos, sem saber o que esperar daquel ambiente tão pesado. Faz-se silêncio para o vocalista de cabelos compridos e escuros da banda de “metal” começar a cantar e, das colunas, vem uma música bem leve, triste até. Bastante estranho! Uma banda que parecia da pesada afinal é uma banda triste onde o violinista parece que vai adormecer. Acaba a primeira música e o concerto dá uma volta de 360º, ás tantas estão a cantar La Bamba em turco e a dedicar Hotel California aos portugueses e, no fim, eu, a Marta e um turco já estavamos a dançar lá no meio muito animados. Senti-me num filme indiano por que estava tudo a dançar no género de Bollywood.


Viemos a saber que quase todos os nomes na Turquia e noutros tantos países têm significado como Ümut (esperança), Deniz (mar), Delan (Luz), Dorella (Música),... e pergunto-me: porque raio me chamo Mariana?! Também quero um significado! Aceito sugestões!

O truque aqui em Istambul é não parar quieto. Se pararmos por mais de 2 minutos na rua, a probabilidade de sermos abordados por qualquer tipo de vendedor ambulante aumenta para 90% e vai aumentando à medida que os segundos passam.



Domingo!! O dia do Senhor! Vallentine’s day!

Descobrimos onde comprar viagens para o nosso passe, e conseguimos, mais uma vez por meio de mímica e troca monetária. Não sei se sabem mas os turcos guiam tão bem como os indianos. O motorista do nosso autocarro estava louco no meio do trânsito caótico de Istambul, armou-se em racing e andava a ultrapassar toda a gente. Só me lembro de andarmos a cambalear pelo autocarro e o Fred deu com a barriga na cara de uma senhora que estava sentada lol. Andámos no metro novo a seguir, que de novo não tem nada... aquilo relincha e treme por todo o lado.


Chegámos perto da Mesquita Azul (uma das mais importantes) a tempo de ouvir uma banda tipicamente turca no meio da rua, mas só ouvimos a música do Pulp Fiction versão árabe e acabou. Seguimos até à Mesquita Azul que é ENORME, mas estava na hora de eles rezarem então tivemos de esperar para visitar. Para rezar dentro das mesquitas, só podem entrar as pessoas que lavaram os pés, mãos, pescoço e cara, por isso é que estavam muitas pessoas do lado de fora. Chegou a hora de entrar e temos de tirar os sapatos, os homens não podem entrar de calções e as mulheres têm de ter as pernas tapadas. Eu estava de leggins então tive de me tapar com um pano azul cueca, parecia que ia servir à mesa.


A Mesquita é linda. Eu pensava que as mesquitas eram todas um sítio escuro com ambiente pesado. Mas esta é linda, por dentro é branca, azul e encarnada, cheia de pinturas no tecto e muita luz. O chão leva alcatifa tão fofinha que apetece rebolar nela. Um dia vou por uns lenços na cabeça e fingir que sou turca e que vou rezar só para entrar na parte proibída.


Quando saimos de lá, fomos fumar Xixa (ou narguile) e beber chá num café tipicamente turco (onde toda gente joga gamão). Já a caminho de casa perdemo-nos pela primeira vez! Nós pedimos informações a um condutor de autocarro (mas tudo em turco, claro) e ficámos a achar que estávamos no autocarro certo. Quando começámos a andar eu achava que estávamos a ir na direcção errada mas o Fred e a Marta estavam convencidos que iamos bem e confiei. NOT! Eu tinha razão e acabámos perdidos num sitio qualquer onde o condutor nos expulsou. Lá acabámos por descobrir qual o autocarro certo e partimos em direcção a Besiktas. Subimos a montanha até casa onde convidámos a Oli para nos acompanhar numa sessão de cinema. O filme foi o Alice in Wonderland, o original da Disney, e foi muito bom recordar.



Segunda!!Hoje fomos comprar comida com a Oli para não andar sempre a comer fora. Ela vai agora cozinhar para nós =)



ESTOU QUASE A FAZER ANOS

ESTOU QUASE A FAZER ANOS

ESTOU QUASE A FAZER ANOS

ESTOU QUASE A FAZER ANOS!! ...E estou na Turquia! =)

Choque social nao é tão grande como pensei que fosse. Não existem assim tantas mulheres de lenços, muito poucas estão todas de preto tapadas da cabeça aos pés e ainda não vi nenhuma de burca. Mas há tempo para tudo! É verdade que alguns cheiram mal. Mas são muito atenciosos , por vezes demais.

Entretanto continuo sem telemóvel, espero amanhã conseguir um e ponho aqui para quem quiser ligar (assim não pago nada se me ligarem e aí pagam buéééé eheh).



(maquina de engomar turca)








Muitos beijinhos de Istambul **

P.S. - Aqui não há Carnaval =(

8 comentários:

  1. das duas uma, ou deixo de ler este blog, ou vou morrer de inveja aqui...
    EU QUERO IR PA TURQUIA!! PLEASE!! :P

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  2. oh meus meninos...nem parecem 'quase designers graficos'!!! fundo preto para esta imensidao de texto??? ai oh valha me deus!!!

    cat, estou ctg! vms as duas ter c eles!!!

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  3. Boa descrição!
    Beijinhos enormes da mana mais do meio e do sobrinho querido e adorado (pelo menos até Junho) :)
    Vera e Martim LOLOL

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  4. Dianinha, my love, é não serifada (ainda por cima verdana) e é ecrã... logo, estamos perdoados :)

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  5. até qu'enfim se dignou a escrever! adorámos!!! :))
    divirta-se muito e... fume pouco!
    BEIJOS DA MANA MAIS VELHA!!
    e familia!

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  6. estao meio perdoados!!! mas agora sim, dividiram o texto ja nao custa tanto...sbs, eu tou meia vesgolha por isso...

    olhe, eu qero um numero de jeito para ligar pq aqele q puseram aqi nao dá!!! e rapido! lool tnh d ligar a mimi! :)

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  7. Excelente descrição dos últimos dias. Cheio de aventuras e coisas para fazer, que bom.
    Também quero fumar xixa.

    Ah, e já agora: Parabéns :D

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  8. Maryanne!
    ADOREI o texto! era mesmo o género de texto que eu queria ler, em que percebemos mais ou menos o que se tem passado contigo e como é que é a vida aí!
    Uma duvida: usas o tlm português aí? dá para te mandar um sms de vez em quando? é que não pagas para receber sms, só telefonemas!
    Tira muitas fotografias à cidade e aos edificios, please! (pedido típico vindo de um estudande de arquitectura...!)
    Beijinho grande! Saudadeeeees!


    P.S.- só para te rires: o blogger pediu para eu escrever a palavra "dinisse", para autorizar o meu comentário, loool

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